terça-feira, 23 de junho de 2015

“Sunergontes – 2Co 6.1”

1635539_origHá uma anedota que fala da diferença entre os principais ingredientes de uma boa omelete de bacon com ovos; A galinha apenas COLABOROU ̸ ENVOLVEU-SE, pois deu os ovos, mas o porco COOPEROU ̸ COMPROMETEU-SE, pois teve que dar sua Vida.

No texto de 2 Coríntios 6.1 lemos; “E nós, na qualidade de cooperadores com ele, também vos exortamos a que não recebais em vão a graça de Deus” (2Co 6.1). A palavra no texto grego para Cooperadores é Sunergontes. Paulo fala, portanto, na qualidade de Sunergonte ̸ Cooperador de Cristo. Cooperar é ‘atuar junto com...’ é uma atitude comprometida e cooperativa. Paulo, na condição de ‘porco comprometido com a omelete’ faz o apelo aos Colaboradores ̸ Envolvidos da cidade de Corinto; Não deixem que a Graça de Deus – aquilo que vocês receberam gratuitamente - fique sem proveito. Não joguem fora nem tratem como coisa de pouco valor aquilo que, de mais precioso, vocês receberam de Deus.

Observe que Paulo não os está ‘expulsando do reino de Deus’. Ele não os condena, mas pede que também eles, como cristãos maduros, sejam ‘Sunergontes’.

Infelizmente, na Cidade de Corinto, assim como em qualquer lugar, há cristãos que fazem pouco caso da Graça recebida de Deus. Estes sempre estão pouco envolvidos com o reino de Deus e, muitas vezes, tratam o gracioso presente do perdão dos pecados conquistados por Cristo na Cruz como coisa de pouco valor. Não é isso o que Deus espera. Ele quer que sejamos cooperadores.

Quando você está no supermercado e você ouve pelo sistema de som; ‘Atenção colaborador Rogério, favor dirigir-se ao balcão central. Colabor Rogério favor dirigir-se ao balcão central’. Quem é esse Colaborador? Nada mais do que empregados do estabelecimento que trabalham apensas pelo salário no fim do mês. Um Colaborador não é dono do negócio e nem é herdeiro da empresa. Por outro lado, um Cooperado pode dizer que é coproprietário da empresa em que trabalha. O Cooperado é herdeiro da empresa junto como todos os demais Cooperadores pois ele coopera para um crescimento conjunto com todos. Em João 8.35 lemos; “O escravo não fica sempre na casa; o filho, sim, para sempre”. Em outras palavras; ‘O colaborador ̸ empregado não fica sempre na casa; o cooperado ̸ filho, sim, para sempre’.

Vamos usar essa nomenclatura para compreendermos melhor algumas questões que envolvem o trabalho no de Colaboradores e Cooperadores no reino de Deus;

Aquele que é apenas Colaborador, em geral, espera para receber Pães e Peixes prontinhos em um prato; Ele também não quer perder os privilégios e benefícios oferecidos pela Igreja, pois é só por isso que ele se envolve... Mas o Cooperador, não fica esperando receber Pães e Peixes em um prato. Ele sai da comodidade e ajuda a Pescar; Ele não espera receber os privilégios da Igreja, mas, consciente de que ele também é parte do Corpo de Cristo, faz de tudo para ser um agente de ação dentro e fora do âmbito da Igreja; Ele busca saber e ajudar para que todos os benefícios e privilégios da Igreja sejam mantidos...

Quanto a isso, Paulo escreve aos Filipenses; “Então peço que me dêem a grande satisfação de viverem em harmonia, tendo um mesmo amor e sendo unidos de alma e mente. Não façam nada por interesse pessoal ou por desejos tolos de receber elogios; mas sejam humildes e considerem os outros superiores a vocês mesmos. Que ninguém procure somente os seus próprios interesses, mas também os dos outros” (Fp 2.2-4). Se seguirmos esses conselhos de Paulo, a Graça que nos foi dada, não será em vão.

Outros aspectos também ajudam a compreender a diferença entre Colaboradores e Cooperadores: O Colaborador que apenas se envolve, é o que reclama e murmura por qualquer coisa; Ele sonha com a igreja ideal; Pede que os outros orem por ele; Quando solicitado, responde ‘talvez’; E, como bom Colaborador ele entrega parte do seu dinheiro como oferta... Mas aquele que se compromete, o Cooperador, obedece, nega-se a si mesmo e procura estimular os outros; Ele ora pelos outros; Quando solicitado, responde ‘eis-me aqui’; Ele não apenas sonha com a igreja ideal, mas se entrega de corpo e alma para fazer uma igreja real; O Cooperador não apenas entrega parte de seu dinheiro como oferta, ele entrega toda a sua vida...

A esse respeito escreve o Apóstolo; “Portanto, meus irmãos, por causa da grande misericórdia divina, peço que vocês se ofereçam completamente a Deus como um sacrifício vivo, dedicado ao seu serviço e agradável a ele. Esta é a verdadeira adoração que vocês devem oferecer a Deus” (Rm 12.1).

Há ainda muitas outras diferenças entre Colaboradores e Cooperadores;

Um Colaborador que, como a galinha, apenas se envolve, é dependente dos afagos e do cuidado do pastor; ele precisa ser carregado no colo; Ele gosta e precisa ser elogiado pelo que faz, mas, na maioria das vezes, espera que alguém lhe diga o que deve fazer... Mas um Cooperador, que como o porco, se compromete, está determinado a servir; Ele não é como a ovelha Manhosa; Ele vê o que precisa ser feito, vai e faz; E quando sua Igreja não está presente, ele cria um ambiente propício, e como verdadeiro discípulo, semeia ali onde ele está, as sementes do reino de Deus...

Cristo afirmou; “... Se alguém quer ser meu seguidor, esqueça os seus próprios interesses (a si mesmo se negue), esteja pronto para morrer como eu vou morrer (tome a sua cruz) e me acompanhe” (Mt 16.24-25).

Colaboradores e Cooperadores de Jesus! Deixem que a Graça de Deus - sua infinita misericórdia, amor e perdão – os impulsione a oferecer não apenas migalhas, mas o seu corpo e a sua vida por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus. Assim Deus, por meio de seu Espírito Santo, os transformará para que vocês conheçam qual é a perfeita vontade de Deus - aquilo que é bom, perfeito e agradável a ele. Fiquem atentos para que vocês não recebam em vão a Graça de Deus (2Co 6.1).

Uma boa Omelete de Ovos e Bacon requer a Colaboração ̸ Envolvimento da galinha. Mas do Porco, requer a Cooperação ̸ Comprometimento.

O Reino de Deus precisa de Colaborador envolvidos, mas principalmente de Cooperadores comprometidos.

Se você tem sido apenas um Colaborador, Deus o convida a ser um Cooperador.

Ah, eu ia me esquecendo...

à As Vantagens de ser um Colaborador são que, como ele apenas se envolve, ele é um empregado e recebe os benefícios de ser colaborador enquanto o Cooperador é um servo.

à Ser um Colaborador nos dá o direito a uma confortável almofada enquanto o Cooperador tem apenas o “direito” a carregar uma Cruz.

à As vantagens de ser um Cooperador... Bom sobre essas deixe que Jesus mesmo fale; “A vocês (DISCÍPULOS ̸ Cooperadores) Deus mostra os segredos do Reino do Céu, mas, a eles (SEGUIDORES ̸ Colaboradores), não. Pois quem tem receberá mais, para que tenha mais ainda. Mas quem não tem, até o pouco que tem lhe será tirado” (Mt 13.11-12). E ainda; “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me. Quem quiser, pois, salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por causa de mim e do evangelho salvá-la-á” (Mt 16.24).

A Graça do perdão gratuito de Deus e de sua misericórdia é para Colaboradores e Cooperadores. Portanto; “não deixem que fique sem proveito, (nem que sejas em vão) a graça de Deus, a qual vocês receberam” (2Co 6.1).

Que sejamos sempre mais Sunergontes.

sábado, 6 de junho de 2015

Propina [não] é a regra do jogo

subornoNo mês passado, o lobista Julio Gerin Camargo confirmou em depoimento à Justiça Federal que pagou propina a diretores da Petrobras. Segundo ele, essa era a “regra do jogo”.

Parece que essa também era a regra na Fifa.

Propina, aliás, é regra antiga. Insinuada, infiltrada e impregnada na sociedade humana desde a queda em pecado. Regra que, há milênios, anda de mãos dadas com o suborno, com filiação idêntica: o próprio diabo.

Já no Antigo Testamento lemos, por exemplo, que os filhos do grande profeta e líder Samuel “se tornaram gananciosos, aceitavam suborno e pervertiam a justiça” (1 Samuel 8.3). O profeta Miqueias, oitavo século antes de Jesus, também denunciava: “Ouçam, vocês, governantes... Vocês arrancam a pele do meu povo e a carne dos seus ossos. Seus líderes julgam sob suborno, seus sacerdotes ensinam visando lucro, e seus profetas adivinham em troca de prata” (Miqueias 3.1-2,11). E o profeta Ezequiel, lá pelo ano 600 a.C., também falou de propina, suborno e extorsão (Ezequiel 22.12).

Cenário conhecido? Pior: parece que cada vez mais a propina vem fazendo parte do dia a dia. Isso acontece porque a propina é uma tentação muito mais próxima do que podemos imaginar. Ela não está apenas nos noticiários, nos contratos ou na proposta de terceiros: ela está dentro do coração humano, no desejo pecaminoso de se dar bem, de obter vantagem, de ter mais bens. Não é à toa, portanto, que a propina invade governos, empresas, igrejas e até mesmo a relação com Deus.

Sabe quando você ajuda alguém com a intenção de ser ajudado depois? Ou quando “lembra” alguém acerca de uma benfeitoria que você fez? Sabe aquela prática de oferecer cura em troca de dinheiro? Sabe aquela manipulação da fé de pessoas simples que oferece prosperidade em troca de boletos pagos? Sabe aquela oração pedindo perdão sem a sinceridade de tentar fazer melhor da próxima vez, como se o formalismo ritual fosse dobrar a Deus? Sabe aquele grande anseio por bênção nos projetos pessoais, mesmo que isso traga prejuízo para o outro? Sabe aquele sentimento (que teima em vir à mente) de que você é merecedor de que Deus o abençoe porque você é bom pai, esposo fiel e trabalhador responsável?

Tudo propina.

Você pensa em se dar bem por ter feito algo. Seja com Deus ou com alguma pessoa.

Jesus falou sobre um cidadão que tentava dobrar Deus à base de propina: “Deus, eu te agradeço porque não sou como os outros homens: ladrões, corruptos, adúlteros... Jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho” (Lucas 18.11-12). É como se o camarada perguntasse: “Deus, estás ciente de tudo o que faço por ti? Estás anotando direitinho?”

Não custa lembrar: com Deus, a regra é outra – “o Senhor, o seu Deus, é o Deus dos deuses e o Soberano dos soberanos, o grande Deus, poderoso e temível, que não age com parcialidade nem aceita suborno” (Deuteronômio 10.17).

Ele, que não julga com parcialidade nem aceita suborno, oferece gratuitamente o que a propina (seja ela de que tipo for) não pode comprar: a salvação. Tudo porque Jesus pagou. Não caiu em corrupção e, para pagar a nossa, entregou a própria vida na cruz.

Confessar e abandonar a propina, aceitar o perdão gratuito e viver contente: essa é a regra do jogo de Deus.

P. Júlio Jandt

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

“E SE faltarem as pegadas na areia?!”

“O profeta que tem sonho conte-o como apenas sonho; mas aquele em quem está a minha palavra fale a minha palavra com verdade” (Jr 23.28).
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Elvio Figur
O poema a seguir é de autoria desconhecida e narra um sonho. Alguns sugerem que poderia ser um salmo, mas é apenas um sonho.
Ele está pendurado nos umbrais de muitas portas e salas;
“Uma noite eu tive um sonho...
Sonhei que estava andando na praia com o Senhor e, através do Céu, passavam cenas da minha vida.
Para cada cena que se passava, percebi que eram deixados dois pares de pegadas na areia;
Um era meu e o outro do Senhor.
Quando a última cena da minha vida passou diante de nós, olhei para trás, para as pegadas na areia e notei que muitas vezes, no caminho da minha vida havia apenas um par de pegadas na areia.
Notei também, que isso aconteceu nos momentos mais difíceis e angustiantes do meu viver.
Isso entristeceu-me deveras, e perguntei então ao Senhor.
- ‘Senhor, Tu me disseste que, uma vez que eu resolvi seguir-Te, Tu andarias sempre comigo, todo o caminho. Contudo, notei que durante as maiores atribulações do meu viver havia na areia dos caminhos da vida, apenas um par de pegadas. Não compreendo porque nas horas em que mais necessitava de Ti, Tu me deixaste sozinho.’
O Senhor me respondeu:
- ‘Meu querido filho. Eu te amo e jamais te deixaria nas horas de provação e sofrimento.
Quando viste na areia, apenas um par de pegadas, foi exatamente aí que nos braços te carreguei.’”

† † †
OK! MAS e SE faltarem as Pegadas ao nosso lado na areia de nossa vida, é possível que elas faltem porque Deus nos abandonou?
Continuar lendo;

sábado, 21 de fevereiro de 2015

O pai da mentira

mentiraSatanás existe ou é invenção? Faço a pergunta porque ele é personagem na tentação de Jesus, conforme uma das leituras bíblicas neste primeiro Domingo da Quaresma. No referido texto e em muitos outros da Bíblia, é figura real e não uma representação do mal. Os nomes bíblicos que carrega indicam sua legítima existência: Satanás (adversário); Diabo (acusador), tentador; pai da mentira; maligno; príncipe do mundo; deus deste século. A grande confusão é que sempre se ofereceu ao Diabo um poder que ele não tem e se tirou dele um poder que ele tem. Quem ganha neste conflito é o próprio pai da mentira. Uma boa leitura das três tentações sofridas por Jesus (Mateus 4.1-11), no entanto, indicam as táticas diabólicas nas provações que todos enfrentamos. Se nas duas primeiras há um contraste de estratégia (provocar falta de confiança e excesso de confiança em Deus), na última, Satanás deixa de lado a sutileza e mostra o que realmente pretende: "Eu lhe darei tudo se me adorares". Dar a Jesus o que já lhe pertence? Sem dúvida, a maior de todas as falcatruas.

Jesus venceu Satanás no deserto e na cruz. Jesus é Deus. E assim cumpriu a profecia ao “esmagar a cabeça da serpente” (Gênesis 3.15). Mas, a enorme capacidade do anjo maligno está descrita na parábola do Semeador: “O Diabo chega e tira a mensagem do coração delas para que não creiam e não sejam salvas” (Lucas 8.12). Qual a mensagem que o Diabo tira? É aquela que Jesus mesmo anunciou: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu único Filho, para que todo aquele que nele crer não morra mas tenha a vida eterna” (João 3.16). Por isto, “diabo”- acusador, pois nos denuncia de algo que já não existe. “Se alguém pecar”, diz a Bíblia, “temos Jesus Cristo, que faz o que é correto. Ele nos defende diante do Pai” (1 João 2.1). Neste mundo onde somos roubados de tantas coisas, sem dúvida, o maior prejuízo é perder aquilo nos foi dado de graça através da vida, morte e ressurreição de Jesus.

Marcos Schmidt

Pastor da Igreja Evangélica Luterana do Brasil

Novo Hamburgo, 21 de fevereiro de 2015

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

carnaval!

bombeiros-orientam-folioes-no-carnaval-2009-55047-11Aprendi que “carnaval” se escreve com “c” minúsculo enquanto que “Páscoa”, por exemplo, escreve-se com “P” maiúsculo. A regra é bem simples: as festas de origem cristã escrevem-se com letra maiúscula e as festas de origem pagã com letra minúscula. Portanto, carnaval, até nos princípios ortográficos, é uma festa pagã.

Uma festa pagã? Sim, na sua origem um tanto obscura. É uma festa ligada com os ritos primitivos da fertilidade e com as orgias romanas dedicadas ao deus Baco (o deus do vinho e da fertilidade).

Mas, por que logo depois do carnaval vem a Quarta-feira de Cinzas? É que, a partir do momento em que a Igreja se tornou oficial no Império Romano, ela passou a ditar regras e, uma delas, era a obrigatoriedade do jejum (como sinal de penitência) no período da Quaresma. A reação do povo foi aproveitar tudo o que tinha direito antes que começasse este período de privações e sofrimento. Assim, o carnaval se desenvolveu até chegar naquilo que hoje se vê. E o Brasil virou o país do carnaval.

Quem sabe dá para destacar coisas boas do carnaval: o feriadão, (para muitos é o único tempo que podem sair para dar uma descançada); as escolas de samba (que, com sua infra-estrutura, geram muitos empregos e tiram muitas pessoas da miséria); os desfiles alegóricos (desenvolvem o folclore e a cultura de nossas origens). Mas o carnaval não tem apenas uma origem pagã: ele tem um espírito pagão que, em última análise, é sua força motora. São dias de orgia, dos prazeres da carne, da liberação de princípios, da distribuição gratuita de milhões de camisinhas para a promiscuidade sexual, das atitudes sem prestação de contas a ninguém, da adoração a deuses pagãos. Enfim, do jeito que o diabo gosta.

Como cristãos, qual a atitude que precisamos tomar frente ao carnaval? Cristianizar a festa pagã ou paganizar o comportamento cristão? Neste caso eu penso que há uma terceira via. E esta vai direto ao nosso coração. Jesus, que nos conhece muito bem, afirmou: “Porque do coração procedem maus desígnios, homicídios, adultérios, prostituição, furtos...”(Mt 15.19). Ele, por nos conhecer tão bem, “nos amou e se entregou a si mesmo por nós” (Ef 5.2), dando-nos vida e condições para que o nosso coração se inclinasse a novos projetos de vida, que combate o mal e o pecado e, em lugar deles, prova o que “é agradável ao Senhor” (Ef 5.10). Isto implica em sermos muito criteriosos em nossas atitudes. O apóstolo Paulo, na carta aos Efésios 5, dá algumas dicas: 1) Não digamos “me engana que eu gosto”, pois “o castigo de Deus vem sobre os que lhe desobedecem”(v.6); 2) não entremos inocentemente na onda do “todo mundo faz” para não sermos “cúmplices nas obras infrutíferas das trevas” ( v.11), pois, como disse Lutero “não erra menos quem erra com muitos”; 3) mas procuremos “compreender qual a vontade do Senhor” (v.17).

Para isso, em vez de a gente se encher da “boa”, da “nova” , da “que desce redondinho”, ou algum de “destilado”, cujo efeito é mais rápido..., que podem nos levar à “desgraça” e provocar mais acidentes ainda, o apóstolo nos aconselha a “nos animarmos uns aos outros com salmos, hinos e canções espirituais, agradecendo sempre todas as coisas a Deus, o Pai( v. 19).

                                   Edgar Lemke – Pastor da IELB

A alegria do carnaval é para o cristão?

carnaval_1024x768Todo início de ano é a mesma coisa. Somos confrontados com imagens, fotos notícias, badalações, avenidas enfeitadas uma multidão de pessoas pulando, festejando e gritando ao som de músicas e ritmos. Quando vemos essa agitação sabemos que o carnaval está chegando.

Comentaristas e narradores não cansam de elogiar a “garra e a disposição” dos passistas, dançarinos, alas e grupos em geral. No aspecto visual tudo parece muito bonito. Por mais que se tente propagar como uma festa folclórica e de alegria, o carnaval fica marcado pelo que ele realmente é: a festa da carne, da promiscuidade, da violência, da prostituição, das drogas e bebedices. Na embriagues da sensualidade, dos vícios e da luxúria as pessoas saem do seu “eu” normal, e passam a viver num mundo ilusório, alteram totalmente a escala de valores morais e nobres como se tudo fosse normal e aceitável ao pudor.

Muitos cristãos de outras religiões e luteranos já foram (e continuarão indo!) ao carnaval com a desculpa de que lá também podem ser cristãos. Lembro-me que num carnaval em anos anteriores, que até evangélicos organizaram seu bloco para participar. Será que o cristão ao alegrar-se junto com o mundo nos dias de carnaval, não dá o testemunho de que o carnaval não tem nada de errado, dando assim sua contribuição para que seja visto como uma coisa boa? A alegria do carnaval é para o cristão? Será que podemos juntar o santo com o profano? Será que Deus se agrada daquilo que foi destinado ao diabo? Que testemunhos podem ser dados em tais circunstâncias, se estamos envolvidos diretamente com a perversidade? Onde fica a posição de cristãos, que devem ser exemplos para os outros, representantes de Deus na obra da salvação?

Se entendemos a alegria do carnaval como o prazer de andar na contramão, então obviamente chegamos a conclusão de que: tal alegria não é para o cristão. A mesma Poe em risco a fé cristã. O carnaval nada acrescenta de digno à vida cristã. Portanto a alegria originada na festa do carnaval não é tolerável nem recomendada ao cristão. Na festa do carnaval, as pessoas apresentam comportamentos e atitudes incoerentes ao cristianismo.

Em termos práticos, cada festa, cada atividade e cada programa que o mundo proporciona e demonstra capacidade e eficiência para reunir um bom número de pessoas durante tantos dias de uma só vez, deve servir de estímulo e desafio pra que nos organizemos como igreja de tal forma que nossas programações ofereçam a alegria verdadeira e que chamem pessoas a exercitar a comunhão dos santos com naturalidade e regularidade. Precisamos fazer uma avaliação constante de nossas atividades como igreja do quanto elas estão ou não permeadas com a verdadeira alegria. Sermos alegres na igreja, fazendo de cada culto, de cada encontro, de cada programação uma verdadeira festa de alegria é um desafio constante para nós.

O apostolo Paulo diz: “Alegrai-vos, sempre no Senhor outra vez digo, Alegrai-vos” (Fl 4.4). Alegrai-vos no Senhor, pois somente no Senhor Jesus encontramos a verdadeira alegria. Não uma alegria passageira, mas uma alegria duradoura, uma alegria que é para a vida eterna. Desejamos que nesses dias, vocês se sintam felizes, não por causa do carnaval, mas por ouvir Jesus dizer: “O que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora” (Jo 6.37). Amém.

( Retirada: Mensageiro Luterano – Mormello Pastor da IELB)

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Culto Jovem–4 Anos União Juvenil Redentor

Neste Sádado, dia 14 de fevereiro

Inicio 17:00

União Juvenil Redentor – 4 anos

Logo após havera a ‘Noite do Cachorro Quente’

Participe!!!!

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Anabolizantes

77894968O escândalo envolvendo Anderson Silva no exame antidoping é outra notícia ruim para nós brasileiros. Nossa moral está lá em baixo. Na política, na economia, no esporte. Nos deixa desamparados, sem pai nem mãe, carentes de bons políticos, atletas, líderes honestos que nos inspirem no esforço da vida sem o uso de "anabolizantes". O lutador Spider, como é conhecido mundialmente, foi pego no exame pelo uso de esteroides que aumentam a massa muscular e a força física, substâncias proibidas nas lutas de ringue, assim como é proibido fazer gol com a mão no futebol. Se for comprovado, sua carreira acabou. Ele sabia disto, assim como qualquer um está ciente que a mentira tem perna curta. Cedo ou tarde tudo vem à tona. Os exemplos estão aí no Mensalão, no Lava à Jato, no infortúnio de Eike Batista, enfim, nas histórias de pessoas que venceram enganando, mas que agora foram pegas no exame antidoping.

A Bíblia é um livro repleto de histórias parecidas, de trapaças descobertas e que servem de modelo para não se fazer a mesma coisa. O que distingue este livro é o caminho para encontrar forças e vencer na vida. Um jeito diferente, por exemplo, do que Anderson Silva sugere ao citar uma frase nas redes sociais nesse momento difícil de sua vida: "Saiba que seu destino é traçado pelos seus próprios pensamentos, e não por alguma força que venha de fora". Jesus lembra que “é de dentro, do coração, que vêm os maus pensamentos” (Marcos 7.21). Através do profeta, Deus já tinha dito: “Os meus pensamentos não são como os seus pensamentos, e eu não ajo como vocês. (Isaías 55.8). Qualquer um precisa entender que na batalha contra o maior inimigo, o “eu da mentira”, só mesmo uma força de fora. Por isto o convite de Jesus: “Eu sou a videira e vocês os ramos. Quem está unido comigo e eu com ele, esse dá muito fruto, porque sem mim vocês não podem fazer nada” (João 15.5). O fruto mais vistoso na união com Jesus é a própria verdade, um resultado sem anabolizante.

Marcos Schmidt

Pastor da Igreja Evangélica Luterana do Brasil

Novo Hamburgo, 14 de fevereiro de 2015

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Deus esquecido na cadeirinha

timthumbUma displicência que custou caro.

No mesmo dia, um pai de São Bernardo do Campo e uma mãe de Belo Horizonte esqueceram suas filhas de 2 anos dentro do carro. Eles se esqueceram de levá-las para a creche, foram trabalhar e as meninas ficaram horas presas dentro do carro. Quando se deram conta, era tarde demais.

A gente fica num misto de incredulidade, indignação e compaixão.

Mas a verdade é que todos nós, em algum momento, fomos displicentes com aquilo (ou Aquele) que realmente importa.

Lembrei-me imediatamente da lenda daquela pobre mulher, com uma criança no colo, que passou em frente a uma caverna e escutou uma voz misteriosa que saía lá de dentro: “Entre e apanhe tudo o que você desejar. Lembre-se, porém, que, depois que sair, a porta se fechará para sempre. Portanto, aproveite a oportunidade, mas não se esqueça do principal”.

A mulher entrou na caverna e encontrou muitas riquezas. Fascinada pelo ouro e pelas jóias, pôs a criança no chão e começou a juntar, ansiosamente, tudo o que podia no seu avental. Então a voz misteriosa falou novamente: “Você só tem oito minutos”.

Esgotado o tempo, a mulher, carregada de ouro e pedras preciosas, correu para fora da caverna e a porta se fechou. Lembrou-se, então, que a criança ficara lá dentro, e a porta agora estava fechada para sempre! A riqueza durou pouco e o desespero, sempre.

Displicências que custam caro.

Neste ano, estabeleça suas prioridades. Aonde quer chegar? O que é mais importante ou urgente? Para o que você vai dar mais atenção? Está pensando no ter ou no ser? Na sua escala de valores, pessoas vêm primeiro? Ou são as coisas? Ou talvez o sucesso profissional?

E, acima disso tudo, pergunte-se: estou discernindo o que é melhor tendo em vista a volta de Jesus a este mundo, a salvação, e o fato de ser um peregrino aqui neste mundo? Há algo nas minhas prioridades que me afasta de Jesus e da comunhão com os irmãos que também creem nele? Consigo me organizar melhor para alimentar minha fé e, após, também descansar e me divertir?

Sem nos darmos conta, os oito minutos da nossa vida passam muito rapidamente e deixamos a criança dentro da caverna: esquecemos de Deus, da sua Palavra, do momento semanal de culto a Ele. Não lemos mais o que Ele ensina por estarmos ocupados. Não vamos mais à Casa dEle porque estamos distraídos por outras coisas. Enfim, vamos esquecendo Deus na cadeirinha.

O convite que Deus nos faz é: vamos andar juntos!

Ele certamente quer estar junto de você quando for ao trabalho, à escola, ao futebol ou quando estiver em casa, com sua família.

Mas Ele também quer estar junto de você naquela hora especial de culto, quando Ele relembra a você tudo o que fez pela sua salvação, ao enviar Jesus para morrer na cruz e pagar o preço do seu pecado. Aquela hora tão especial em que ouvimos com alegria sobre o amor de Deus e declaramos com voz e coração o nosso amor por Ele.

Não deixe Deus esquecido na cadeirinha.

2015 está no começo. Dá para rever muita coisa. E pode escrever: com Deus no topo da lista, nossas prioridades estão mais bem resolvidas.

P. Julio Jandt

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Assalto – “perdeu”

RTEmagicC_Ar.jpg       Quem ainda não foi abordado com um indivíduo anunciando um assalto? Quando isto acontece, o ladrão intimida a vítima dizendo “perdeu”. O bandido está como que num jogo. Ele fica na espreita pronto para atacar. Quando o ataque finalmente é executado, qualquer tipo de reação pode ser fatal. Ao anunciar o roubo, o assaltante também está dizendo que o jogo acabou.

       Em algumas situações não há como evitar a abordagem do assaltante. O melhor a fazer, neste momento, é reconhecer que, de fato, perdemos. Não estamos em condições de negociar e muito menos de nos defendermos. Objetos de muito ou pouco valor podem ser adquiridos novamente. A vida, jamais.

       Existe um assaltante muito mais perigoso, que se apresenta como amigo e diz que podemos possuir tudo o que quisermos. Trata-se de Satanás. Ele anuncia o assalto sem percebermos. O seu objetivo é tirar de nós a fé em Cristo. E, perder a fé significa destruição completa e eterna. 

       Satanás não se preocupa com aqueles que não têm fé. O seu alvo são os cristãos. Isto reduz consideravelmente o seu campo de ação e o torna extremamente perigoso. Ele tem tempo para esperar e atacar na hora certa. Por isso, todo o cuidado é pouco. Subestimá-lo será fatal.

       No entanto, temos alguém que é mais poderoso. Ele quer ser nosso amigo e Salvador. É Cristo. Ele nos livra da condenação por causa do pecado e está ao nosso lado para proteger. Permanecendo na fé que recebemos no batismo ou pelo ouvir do Evangelho, não há o que temer. Jesus diz: “O ladrão só vem para roubar, matar e destruir; mas eu vim para que as ovelhas tenham vida, a vida completa.” João 10.10.

       Estando com Jesus, podemos sofrer com algumas perdas, nesta vida. Os sofrimentos acompanharão os filhos de Deus. Até podemos perder bens e saúde, mas não perderemos a verdadeira e eterna vida. Lembro algumas palavras do reformador Martinho Lutero: “Se vierem roubar os bens, vida e o lar – que tudo se vá! Proveito não lhes dá. O céu é nossa herança.”

Pastor Fernando Emilio Graffunder